3 de abr. de 2009

belle.

Lembrei de você esses dias. Tava ouvindo rádio, e tocou “creep” do Radiohead. Daí vieram muitas outras coisas que me fazem lembrar você... sinto muitas saudades. Queria muito que você estivesse aqui ao meu lado. Participando da minha vida, vivendo perto de mim... como sempre foi até quando optamos estupidamente em nos afastar. Nunca entendi o porque do meu silencio orgulhoso. E o seu arrogante. Porque sei q você também sofria com isso. E também porque sua mãe puxou minha orelha diversas vezes, e a sua também, inconformada e sem entender. Talvez você estivesse confusa, assim como eu. Nós duas sabemos bem o porquê. Lembro de uma das últimas vezes que nos vimos, quando nos encontramos por acaso no Vale de Nazaré... e seu desconforto nítido em sua fala : - E ai, esse romance? Entoado de ciúme, inveja e não sei mais o que de sentimento ruim. E naquele dia, acho que no ano passado, em que te vi no ônibus. Você subiu e sentou atrás de mim. Fiquei estática na cadeira ao perceber sua presença, ensaiando dizer um oi, até perceber que você tinha mudado de lugar. E fiquei me perguntando se foi por não ter me percebido antes. Poxa... fiquei com um nó na garganta. Diversas vezes tentei te achar no orkut, no google, nesse imenso universo cyber, que muitas das vezes nos trazem queridos de volta. Também já pensei em te devolver aquela carta que você escreveu para um namorado e não quis entregá-la... Pensei em mandar para seu antigo endereço, que sei de cor desde pequena. De vez em quando releio essa carta. Uma das poucas vezes q você se permitiu mostrar-se doce e refém de sentimentos comuns a qualquer pessoa. Você dizia que sempre quis ser sensível como eu, mas no fundo, se escondia em sua frieza aquariana... talvez como uma defesa de sabe-se-lá-o-quê. A verdade é que você sempre terá um lugar em minha vida... nem que seja apenas com um punhado de lembranças, que posso citar aqui várias... da infância, do tanto que eu apanhava de você... rs... ou de nossas loucuras de adolescentes... ah essas com certeza são mais marcantes... dou muita risada hoje... queríamos morrer juntas! E nos enchíamos dos antidepressivos que encontrávamos em nossas casas... rs. Era bom ter pais e avós hipocondríacos! Também da forma como queríamos nos diferenciar dos demais, com roupas escuras e descombinadas, cabelos despenteados, caras blasé e um quê de sofrimento... hoje certamente nos chamariam de emo...rs... Mas é isso neguinha, espero te encontrar na rua, num dia desses em que eu esteja cheia de coragem, ou tenha tomado umas duas cervejas... pra chegar até você (que estará vestida toda advogada...rs) e te falar muitos desaforos pela falta que me fez nesses dez anos, e dizer também que eu te amo e vou te amar sempre.

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